O menino de ouro do Celeiro de Ases


Algum olheiro em Pelotas, há uns dez anos, viu um garoto que se destacava das demais crianças que jogavam com ele e o levou pra Porto Alegre. Hoje, se o meio-campo de um dos maiores clubes do país - o Internacional - tem algum nome que disputa com o de Seijas o título de pilar do setor, é o nome desse menino: Rodrigo Dourado.

Poucas vezes o torcedor colorado pôde sentir tanta segurança ao ver os contra-ataques rivais quanto quando Rodrigo se aproxima dos adversários que arrancam. Seus desarmes são providenciais, vêm quando o atacante menos espera, e quando o torcedor do Inter mais imagina que vão acontecer.

O rapaz pode estar coletivamente perdido num meio-campo desorganizado e com uma média inferior à dele, mas isso não o impede de se mostrar técnica e individualmente um dos melhores volantes e um dos jogadores mais promissores do país. O craque vale por dois no posicionamento e, como se não bastasse, é um dos jogadores mais determinados do grupo. A cada desarme - ou seja, muitas vezes no decorrer do jogo - vibra com a torcida, comemora como um gol, demonstra sua vontade de mudar a péssima situação que vive o time do Inter. Coisa de gente grande.

E tinha quem criticasse e questionasse o futebol dele. Diante do Figueirense, um dos melhores exemplos do monstro que é o "Golden Boy" na sua jovem carreira: partida divina, indefectível. Pode afirmar-se com convicção que esse menino fez uma das melhores atuações individuais do campeonato na noite de sábado no Beira-Rio. Se contente, torcedor Campeão de Tudo, você tem um predestinado talismã protegendo como um cão de guarda a entrada da área do seu time.
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