Se tudo o que aconteceu com a Lusa fosse resumido numa única ação, remediar isso seria fácil. Mas, o que realmente aconteceu foi uma sucessão de erros amadores e despreparos hostis, desde a escalação irregular, algo explícito, ou até o que aconteceu nos bastidores, algo implícito.
Olhar para a tabela do campeonato brasileiro e não encontrar a Portuguesa é uma das sensações mais estranhas que se pode sentir. Passar um campeonato todo sem jogo no Canindé é triste em todos os aspectos. É triste ligar a TV num domingo às 18:30 e não estar passando um jogo qualquer da lusa. O carisma do time faz falta, tal qual seus grandes esquadrões.
![]() |
| O desolado torcedor da Lusa. |
Vez ou ou outra a equipe tinha um grande time para duelar com os grandes. Seja os esquadrões da década de 50. Os talentosos times de 70. O tão falado time de Denner, o promissor jogador com a carreira interrompida por uma desventura do destino. Assim como o que aconteceu com a joia, aconteceu com o coração do torcedor da Portuguesa: a dor da desventura e do inesperado.
Até quando os times não eram de esbanjar talento, era muito prazeroso ter a Lusa na série A. Os jogos do time nos brindavam com seu lindo uniforme e sua torcida presente. Quando o jogo era contra um dos 4 grandes de São Paulo, mais um clássico surgia. Leigos são aqueles que não se sentem em êxtase com um Lusa x Palmeiras, São Paulo, ou Santos.
Esse talvez seja o grande legado do time do Canindé. Mesmo sem ser considerado grande, rivaliza com todos os gigantes do seus estado. Disputando finais, jogos importantes e verdadeiras batalhas campais. Pura tradição. E são leigos aqueles que não entendem a importância dessa tradição para o futebol brasileiro.
A queda exponencial da Portuguesa, só evidencia que alguns momentos ruins podem desmoralizar uma história linda de glórias e consolidação. E são os leigos que hoje regem suas glórias. Deixaram-os fazerem parte de sua instituição. Os leigos se apossaram da história do clube e usaram de sua leiguice para tentar destruir suas vitórias. O torcedor tem que dizer não. É hora dos mais de 1 milhão de torcedores da Portuguesa retomarem o que é deles por direito. Tirar os leigos de dentro do time e colocar apaixonados. Colocar pessoas que saibam escalar de cor o time da inauguração do Canindé em 1956. Uma verdadeira revolução lusitana.
Quem sabe assim, e só assim, podermos ligar a TV num domingo as 18:30 e lávai estar passando um jogo da Lusa, no Canindé.


