MODÃO CAIPIRA #34 - Glórias Estaduais Parte II


Hoje voltamos com a segunda parte da série que mostra as principais campanhas de equipes do interior no Campeonato Paulista. Mostraremos neste post, as campanhas dos vice-campeões entre 1990 e 2012, e na semana que vem traremos as campanhas de todos os campeões interioranos.

Começando pelo Novorizontino, vice-campeão em 1990. A peculiaridade deste campeonato foi que, pela primeira vez na história, tivemos uma final “caipira”, disputada por duas equipes do interior. Na primeira fase, o Novorizontino classificou-se em 7º no seu grupo, e foi para a próxima fase num grupo com Palmeiras, Portuguesa, Guarani, América, XV de Piracicaba e Ferroviária. Apenas o líder do grupo se classificaria, e disputaria a final.

Com uma grande campanha, o Tigre que era comandado por Nelsinho Baptista conseguiu ficar a frente do Palmeiras e conquistou a vaga para enfrentar o Bragantino na final. Após um empate em Novo Horizonte, por 1x1, o jogo decisivo foi disputado em Bragança Paulista, e o time da casa conquistou o título por ter feito melhor campanha no geral, já que a partida acabou 1x1 no tempo normal, e 0x0 na prorrogação. Os destaques do Tigre do Vale eram Luís Carlos Goiano, o goleiro Maurício, o treinador Nelsinho, além de Paulo Sérgio e Márcio Santos, que foram campeões do mundo com o Brasil em 1994.

Time-base: Maurício; Odair, Fernando, Márcio Santos e Luís Carlos Goiano; Marcão, Tiãozinho e Edson; Paulo Sérgio, Barbosa e Robson. Técnico: Nelsinho Baptista.
Elenco do Novorizontino em 1990


Após a “Final Caipira”, demorou mais de uma década para outro time do interior chegar próximo do título. Em 2001, quem chegou a final foi o Botafogo de Ribeirão Preto, porém acabou sendo derrotado pelo Corinthians. Na primeira fase, 16 times jogaram entre si, e os 4 primeiros classificaram-se para a semifinal. De um lado, Santos e Corinthians, e do outro Ponte Preta (melhor campanha) contra o Pantera da Mogiana. No primeiro jogo, no Santa Cruz em Ribeirão Preto, o Botafogo venceu por 2x1. No jogo de volta conseguiu empatar por 3x3 e chegar à decisão para enfrentar o Corinthians. Na primeira partida, jogando em casa, o Botafogo foi derrotado por 3x0, e com isso o time da capital praticamente assegurou o título. Na segunda partida, no Morumbi, um empate por 0x0 e o título ficou mesmo nas mãos do Corinthians. Os principais nomes daquele Botafogo eram Doni, Luciano Ratinho, Jadílson, Leandro e Robert.

Time-base: Doni; Augusto, Bell (Rogério) e Chris; Gustavo, Douglas (Chicão), Luciano Ratinho, Robson Nese e Jadílson; Leandro e Robert. Técnico: Lori Sandri.
Doni era um dos destaques do Botafogo de 2001

Um ano depois, num campeonato “diferente”, tivemos mais um vice-campeão do interior. O União São João de Araras ficou em segundo naquela competição, que não teve a presença das principais equipes do estado, por conta do Torneio Rio-SP. Apenas 12 equipes participaram dessa edição, que foi disputada em pontos corridos e a equipe que somou mais pontos se tornou o campeão, e essa equipe foi o Ituano. A equipe de Araras também fez grande campanha e finalizou as 22 rodadas apenas 1 ponto atrás do campeão. Na última rodada, venceu a Matonense por 2x1, mas a vitória do Galo de Itu, por 1x0 contra o América em Rio Preto, não permitiu o título do União São João. Os destaques daquela equipe eram João Paulo, Osmar e Pintado.

Time-Base: Bruno; Polaco, Romildo, Bidu e Branco; Pintado, Luciano Santos e Paulo Magno; Galvão ,João Pauo e Osmar. Técnico: Ferreirão. 


Dois anos depois, tivemos novamente uma final entre dois times interioranos. São Caetano e Paulista de Jundiaí se enfrentaram, e o Galo da Japi ficou com o vice-campeonato. Nesse ano de 2004 tivemos a presença de 21 equipes divididas em 2 grupos. As 4 primeiras de cada um passavam para as quartas de final, e o Paulista conseguiu a vaga ficando em 2º do grupo 2. Nas quartas, enfrentou a Ponte Preta, e venceu por 4x3 no Jaime Cintra. Chegou na semifinal para enfrentar o Palmeiras, e arrancou um empate no Parque Antarctica na primeira partida, por 1x1. No jogo de volta, disputado em Araras, mais um empate no tempo normal, dessa vez por 3x3. Nos pênaltis, vitória do Galo por 4x3, e a vaga na final estava garantida. O outro classificado foi o São Caetano, que passou pelo Santos. Os dois jogos foram realizados no Pacaembu, e com duas vitórias o Azulão (3x1 e 2x0) não deu chances ao time jundiaiense. Os principais nomes do Paulista naquele ano eram Márcio, Asprilla, Canindé, Aílton e Márcio Mossoró.

Time-base: Márcio; Lucas, Asprilla, Danilo e Galego; Umberto, Alemão, Canindé e Aílton; Márcio Mossoró e João Paulo. Técnico: Zetti.


Em 2007, o São Caetano viveu um de seus últimos momentos de glória, conquistando o vice-campeonato paulista numa final contra o Santos. Na primeira fase, 20 times se enfrentaram em turno único e os 4 primeiros passaram para as semifinais. De um lado, Santos e Bragantino, e do outro, São Paulo e São Caetano. Na primeira, o time do litoral confirmou o favoritismo e ficou com a vaga. Porém, no outro confronto, o São Caetano surpreendeu o Tricolor e, com um empate em casa por 1x1, e uma grande vitória no Morumbi por 4x1, carimbou seu passaporte para fazer sua segunda final em quatro anos. Os dois jogos foram no Morumbi, e na primeira partida o Azulão abriu grande vantagem ao vencer por 2x0. Porém, no jogo decisivo o Santos devolveu o placar, e por ter a melhor campanha no geral, acabou levantando a taça. O time do São Caetano tinha vários nomes interessantes, entre eles Silvio Luiz, Somália, Canindé, Luiz Henrique, Triguinho e Douglas.

Time-base: Luiz; Paulo Sérgio; Mauricio, Thiago e Triguinho; Luis Alberto, Glaydson, Canindé e Douglas; Luiz Henrique e Somália. Técnico: Dorival Júnior.
O São Caetano quase beliscou o bi campeonato em 2004

No ano seguinte, a Ponte Preta voltou a conquistar um vice-campeonato estadual. Após uma grande sequência no final da década de 70 e início da década de 80, a Macaca chegou novamente a uma final do Paulistão, dessa vez para enfrentar o Palmeiras. O regulamento foi similar ao ano anterior, com um turno entre as 20 equipes, classificando as 4 melhores para as semifinais. Palmeiras e São Paulo se enfrentaram em uma delas, com o Verdão levando a melhor. No outro lado, a Ponte enfrentou o Guaratinguetá. Com duas vitórias (1x0 e 2x1), a Macaca campineira se classificou para a final. Na decisão, em dois jogos, a Ponte foi massacrada pelo Palmeiras, que venceu o primeiro por 1x0 e o segundo por 5x0, e o sonho do primeiro título importante da história pontepretana acabou sendo adiado novamente. Os destaques daquela equipe eram o volante Elias, o goleiro Aranha, o lateral Eduardo Arroz e o meia Renato.

Time-base: Aranha; Eduardo Arroz, João Paulo, César e Vicente; Ricardo Conceição, Deda, Elias e Renato; Luís Ricardo e Leandro. Técnico: Sérgio Guedes.


Em 2010, foi a vez do Santo André chegar a final do Paulistão, e ser derrotado pelo Santos de Neymar, Ganso, Robinho e companhia. O time do ABC fez grande campanha na primeira fase, ficando atrás apenas do próprio Santos, e classificando-se para a semifinal para enfrentar o Grêmio Prudente. Do outro lado, Santos e São Paulo se enfrentaram, e o time da baixada conseguiu a vaga na final. Do lado do Santo André, após dois resultados iguais (uma vitória por 2x1 pra cada lado), o Ramalhão garantiu a vaga na final por ter melhor campanha na primeira fase. Na decisão, com dois jogos no Pacaembu, muita emoção, No primeiro jogo, 3x2 pro Santos, e no segundo, o Santo André devolveu o mesmo resultado. Pelo critério da melhor campanha, o time do litoral foi o campeão, mas o Santo André pôde se orgulhar de bater de frente com aquele grande time santista. Os destaques da equipe do ABC eram Bruno César, Branquinho, Nunes e Rodriguinho.

Time-base: Júlio César; Cicinho, Toninho (Halisson), Cesinha e Carlinhos (Rômulo); Alê, Gil, Branquinho e Bruno César; Nunes e Rodriguinho. Técnico: Sérgio Soares.


E, por fim, o último time do interior a ser vice-campeão estadual foi o Guarani, no ano de 2012. Assim como o Santo André, foi derrotado pelo Santos, que tinha como principal estrela o atacante Neymar. O Bugre Campineiro fez uma boa primeira fase, classificando-se em 4º lugar entre os 20 times participantes. O regulamento previa que 8 equipes se classificariam para o mata-mata, fazendo as quartas de final. O Guarani enfrentou o Palmeiras, e jogando com o mando de campo acabou vencendo por 3x2 e chegando a semifinal, para disputar o Derby contra a Ponte Preta. No Brinco de Ouro, venceu por 3x1 de virada, com dois gols de Medina (HYPERLINK), e chegou a final contra o Peixe. Os dois jogos da decisão foram no Morumbi, e o time do Santos não deu chances ao Guarani, vencendo o primeiro por 3x0 e o segundo por 4x2, e frustrando o sonho do Bugre de levar uma taça de campeão estadual para sua galeria. Os principais nomes daquela que foi a última equipe de sucesso do Guarani, que vem em decadência até os dias de hoje, eram o lateral Oziel, o meia Fumagalli e o atacante Bruno Mendes.

Time-base: Emerson; Oziel (Bruno Peres), Domingos, Neto e Bruno Recife; Ewerton Páscoa, Fábio Bahia, Danilo Sacramento e Medina; Bruno Mendes e Fabinho. Técnico: Vadão.

Portanto, finalizamos assim a história de todos os vice-campeonatos conquistados por equipes do interior paulista. Lembrando que semana que vem, nós voltaremos para mostrar a história de todos os títulos estaduais que foram para a galeria de equipes interioranas.

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