Marcar um gol de ouro e garantir a vitória da sua equipe é uma sensação fantástica e indescritível, mas não foi para o personagem desta história.
De 1993 a 2002, o regulamento do Campeonato Japonês mudou diversas vezes, mas uma das poucas coisas que se manteve foi o gol de ouro. Em 1999, a primeira temporada sem desempate por pênaltis, ainda permanecia o gol de ouro após o tempo normal, entretanto se persistisse o empate após a prorrogação, o placar era mantido.
Nesse ano a pontuação prevista era de:
- 3 pontos, vitória normal
- 2 pontos, vitória na prorrogação
- 1 ponto, empate
- 0 ponto, qualquer caso de derrota
Na última rodada do campeonato, Avispa Fukuoka (28 pontos), Urawa Reds (26 pontos) e JEF United (25 pontos) brigavam pela permanência na 1ª divisão, um deles ia fazer companhia ao já rebaixado Bellmare Hiratsuka (atual Shonan Bellmare).
Tudo conspirava a favor do Urawa, que ia jogar em casa contra o Sanfrecce Hiroshima, enquanto os adversários diretos JEF United e Avispa Fukuoka, enfrentariam fora de casa Gamba Osaka e Yokohama Marinos, respectivamente.
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| A enorme torcida dos Reds não ficou feliz com aquela temporada |
O time de Saitama começou muito confiante, afinal conseguiu uma grande arrancada vencendo 3 dos últimos 5 jogos, perdendo apenas para o Vissel Kobe fora de casa por 2 a 0.
A equipe tinha amplo domínio da partida e desperdiçava inúmeras chances. O nervosismo e o tempo pesavam na hora das finalizações.
Tempo que passava impiedosamente, o Urawa continuava perdendo boas oportunidades e atônito Masahiro Fukuda, ídolo e maior artilheiro da história do clube, era obrigado a ver do banco um enredo que se desenhava trágico.
Com o fim das outras partidas, uma derrota esperada do Avispa por 2 a 0 e uma vitória heroica do JEF por 1 a 0 que garantia a permanência, já que superava o Avispa no saldo de gols, restava ao Urawa fazer a sua parte e tentar a qualquer custo a vitória no tempo normal.
Fukuda, disposto a mudar essa história entra em campo e dá novo ânimo aos Reds, nosso guerreiro tenta de várias formas o gol, mas infelizmente o relógio o venceu. Apesar de estarem cientes do rebaixamento, já que tinha saldo de gols inferior ao do Avispa, os jogadores foram pra prorrogação buscando ao menos uma vitória honrosa.
Em um escanteio pelo lado esquerdo de ataque surge um cruzamento pra área, Fukuda aparece e escora pra redes. Mas não tinha o que comemorar: seu clube do coração e o único da carreira inteira dele havia sido rebaixado.
Ele chorou e foi consolado não só pelos companheiros de equipe, como também pelos jogadores do time adversário.
Uma cena melancólica que entrou pra história como o gol de ouro mais triste de todos os tempos.