MODÃO CAIPIRA #12 - O time do quase


O início do século XXI foi bom para os times do ABC paulista. Como já vimos, o Santo André surpreendeu o Brasil em 2004, sendo campeão da Copa Do Brasil (Confira). Hoje falaremos do São Caetano, que alguns anos antes havia surgido como uma grande potência do futebol brasileiro, com grandes participações em campeonatos nacionais e até continentais.

A primeira grande aparição do Azulão do ABC foi na Copa João Havelange, que foi equivalente ao Campeonato Brasileiro do ano de 2000. O time comandado pelo professor Jair Picerni, e que contava com nomes como Silvio Luiz, Adhemar, Serginho, Claudecir e Ailton, chegou até a final da competição, quando acabou sendo derrotado pelo Vasco numa final totalmente confusa, assim como todo o campeonato.  
O time "quase campeão"

A primeira partida, em São Paulo, acabou empatada em 1x1. O empate no Rio, daria o título ao time cruzmaltino. A partida começou movimentada, mas Romário se machucou no fim do primeiro tempo, e gerou uma gigante confusão, que culminou na queda dos alambrados de São Januário, e o cancelamento da partida. O jogo voltou a acontecer, em janeiro de 2001, e o Vasco venceu por 3x1, com gols de Romário, Juninho Pernambucano e Jorginho Paulista, enquanto Adãozinho descontou para o Azulão, e assim, o Gigante da Colina se tornou campeão e frustrou o sonho do São Caetano pela primeira vez.

Em 2001, surpreendentemente o  time da Grande São Paulo repetiu a campanha, e foi novamente vice-campeão brasileiro. Na Libertadores, foi eliminado pelo Palmeiras nas oitavas de final Com mais uma bela campanha no nacional, o Azulão chegou de novo até a final, e dessa vez acabou perdendo o título para o grande time do Atlético Paranaense. O Furacão tinha nomes como Cocito, Kleberson, Ilan e Alex Mineiro, que fez o gol do título. No São Caetano, o time já estava bem mudado em comparação ao do ano anterior. O treinador ainda era Jair Picerni, e alguns destaques da equipe eram Mancini, Dininho, Magrão e Anaílson. No primeiro jogo da final, 4x2 para a equipe paranaense, com hat-trick de Alex Mineiro. Na volta, no Anacleto Campanella, mais uma vitória do Atlético, por 1x0, gol de Alex novamente. Mais uma vez, o título passou muito perto do Azulão, mas ficou novamente no quase. Ao menos, a classificação para mais uma Libertadores, estava garantida.

Foi em 2002 a maior aparição do time para o Brasil e para toda a América. Foi o momento da sua maior glória (ou quase). O time contava com nomes como Somália, Rubens Júnior, Russo e Marcos Senna, além de outros que foram mantidos dos anos anteriores, como o treinador Jair Picerni, o goleiro Silvio Luiz, o meia Adãozinho e o atacante Aílton, que por muito pouco não teve seu nome gravado na história.
O momento mais amargo da história do clube

Com uma campanha memorável, passou por Universidad Católica e Peñarol nos pênaltis, depois de ser primeiro do seu grupo que tinha Cobreloa, Alianza Lima e Cerro Porteño. Nas semifinais enfrentou o América-MEX, e passou com um placar agregado de 3x1. O adversário da final seria o Olímpia, e o sonho do título ficou muito próximo com a vitória por 1x0 lá no Paraguai, com gol do meia Aílton. O jogo da volta foi disputado no Pacaembu, e o time de São Caetano ainda saiu vencendo com gol de Aílton novamente. No segundo tempo, veio a inesperada virada do Olímpia, e o jogo foi para os pênaltis. Marlon e Serginho desperdiçaram as cobranças, e a equipe paraguaia venceu por 4x2. O título da América chegou a ser uma realidade para o Azulão, e acabou indo por água abaixo em 45 minutos mais os pênaltis. Os torcedores não conseguiam acreditar, o time chegava nas finais e não conseguia ser campeão.

Aquela final foi o ponto mais alto da história do clube, que depois daquilo acabou mudando bastante. Um título foi conquistado depois dos 3 vices. Em 2004, sob o comando de Muricy Ramalho, o Azulão foi campeão paulista, com um time muito modificado em relação aos elencos dos anos anteriores. Contando com Mineiro, Marcelo Mattos, Marcinho, Euller e Fabrício Carvalho, o clube espantou o fantasma do vice e ganhou do Paulista de Jundiaí. Mas no mesmo ano, ocorreu o trágico episódio da morte de Serginho num jogo contra o São Paulo, e a partir daí tudo mudou pro time do ABC.
Com Muricy, o time enfim foi campeão

Desde então, a situação só piorou e os resultados do time foram ladeira abaixo. Com exceção do vice-campeonato no Paulista de 2007 (sim, mais um vice), a equipe acumulou rebaixamentos e frustrações. Hoje, disputa a Série A2 do Campeonato Paulista, e a Série D do Campeonato Brasileiro.
 
Foi uma das ascensões mais meteóricas de um clube no futebol brasileiro, e porque não mundial. Em 3 anos, a equipe foi 2 vezes vice-campeã nacional e 1 vez vice-campeã continental. O time que assombrou no início dos anos 2000 os times da capital (em especial o Corinthians), quando tinha apenas 11 anos de existência, hoje vive no ostracismo. Sua queda foi tão rápida quanto a sua ascensão. Será que veremos isso novamente algum dia? Será que a Associação Desportiva São Caetano voltará a ter dias de tanta glória? Não temos essas respostas, então nos resta torcer pelo Azulão do ABC, e por mais surpresas como essas em nosso futebol!


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