Constante oscilação


Oscilação. Essa palavra vem perseguindo o São Paulo desde o inicio da temporada. A equipe do Morumbi alternava bons e maus momentos quase que em tempo recorde. Uma apresentação excelente empolgava na quarta, e no domingo os torcedores já se demonstravam totalmente descrentes por mais uma atuação muito abaixo do esperado.

Se no campeonato paulista a equipe até mantinha os resultados, o futebol não era lá grande coisa, e algumas derrotas surpreendentes aconteceram. Na Libertadores, o time também não conseguiu se impor, nem com Muricy, nem com o interino Milton Cruz, que até deu um animo extra para a equipe, mas não foi longe.

Depois dos quatro primeiros jogos do brasileirão, Milton Cruz acabou deixando o comando da equipe, para a chegada do muito badalado Juan Carlos Osório. O treinador reconhecia a qualidade do seu elenco e mantinha um discurso de brigar por título. Suas três primeiras partidas foram excelentes, sendo assim a única vez no campeonato em que o tricolor venceu mais de dois jogos de maneira consecutiva. Algo animador, seria a tão esperada constância batendo a porta do Morumbi? Nada disso. Depois dos três bons resultados, a equipe não conseguiu repetir tal sequência.
A última sequência de duas vitórias seguidas aconteceu dois meses atrás

De lá pra cá, em uma única oportunidade o tricolor conseguiu vencer duas seguidas. Já fazem dois meses daquelas vitórias contra Vasco e Coritiba. Depois delas, o clube alterna entre excelentes partidas como contra o Grêmio no Rio Grande do Sul, e algumas patéticas, como a contra o Goiás em pleno Morumbi. É até absurdo tamanha diferença no nível de atuação da equipe.

É difícil explicar o por que de tanta oscilação, certo é que Osório tem razão de estar insatisfeito com a situação. Desde sua chegada, o discurso dele teve de mudar bastante. Se ele se encantava pelo bom elenco que viria treinar no "país do futebol", hoje se vê com pouquíssimas opções de qualidade e muitas apostas. Além disso, conta com problemas internos, que segundo o próprio, atrapalham demais o ambiente no dia a dia.

O time por ora parece um dos mais organizados do país, compactação, toque de bola e bom trabalho pelos lados do campo. Já em outras possibilidades, parece totalmente perdido, descoordenado. No empate ontem diante da Chapecoense por exemplo, a equipe não conseguiu sequer oferecer algum perigo para o time catarinense. As pouquíssimas oportunidades criadas mostram um fator preocupante: a equipe depende de Ganso.
Ganso é a personificação dos altos e baixos do tricolor

Isso talvez explique o motivo de tantos altos e baixos. O camisa 10 tricolor é o retrato da oscilação. Algumas partidas vai bem, em outras, quase mata o torcedor de raiva. E se ontem o São Paulo sentiu sua falta por não estar em campo, o mesmo acontece quando ele vai mal. Por incrível que pareça, Ganso talvez seja o principal termômetro da equipe, e como ele oscila demais, a equipe paga por isso.

Mesmo com o empate contra a Chapecoense, o tricolor paulista ainda segue no G4. Fato até surpreendente por essa falta de sequência e pelos problemas pelo qual passa Osório para trabalhar. As coisas estão afunilando, cada vez mais times chegam na briga, e se o São Paulo quiser mesmo estar na maior competição continental na temporada que vem, precisa se decidir logo e parar de oscilar.
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