A Montanha Russa de Itaquera


O ano de 2014 começou mal para o Corinthians de Mano Menezes, alguns vexames no campeonato paulista, invasão de torcedores e uma precoce eliminação, inflaram ainda mais a desconfiança da torcida em relação ao substituto de Tite, campeão de tudo pelo clube.

Porém, apesar dos tropeços, a diretoria apostava em Mano, que foi responsável por uma reformulação em 2008, repetir a dose, e devolver a torcida, um time competitivo e capaz de voltar a erguer taças importantes.
Mano recebeu o aval, para realizar uma função parecida com a dos managers no futebol inglês. Ele tinha total liberdade para se desfazer de quem não queria no elenco, e para buscar os jogadores que queria.
O gaúcho então, fez o que pode, e montou o elenco do seu jeito, tendo como principal reforço/pedido a troca entre Jadson e Pato, negócio visto por muitos como um grande acerto do staff corinthiano.

Fator casa parece um problema para o Corinthians
O time começou bem, e ainda sem contar com Elias (homem de total confiança de Mano) conseguiu pontuar bem nas primeiras nove rodadas que antecederam a copa, tendo em Petros o grande destaque. Todos esperavam ainda mais após a parada, com a entrada de Elias, o time supostamente daria um salto de qualidade. E deu. Na volta da copa, o Corinthians parecia outro time, organizado e ciente do que fazia, com ótima movimentação do meio campo, e uma zaga funcionando quase que perfeitamente.
Mas não demorou muito para o elenco corinthiano mostrar o que seria a tônica do time no brasileiro : a instabilidade. O time oscilava muito, e ainda oscila. Joga fora de casa, pelo empate, e dentro de casa não consegue se impor, perdendo pontos importantíssimos para quem almeja algo.

Mas qual o problema do Corinthians?

Muitos colocam a culpa no técnico, como de praxe no futebol brasileiro. Porém, o problema não é só o ex-treinador da seleção brasileira, e sim o grupo de jogadores. A defesa, ponto forte do clube, foi enfraquecida com a venda de Cléber, já entrosado e em boa fase, e agora conta com Anderson Martins, que apesar de não jogar mal, ainda parece fora de ritmo, e apenas com o fraco e contestado Felipe no banco. A convocação de Gil agrava ainda mais esse problema.

As laterais fazem partidas medianas e ruins. Fagner mudou muito, e evoluiu na marcação, mas ainda deixa espaços, e Fábio Santos a cada jogo deixa mais evidente que seu tempo já se foi, falhando muito na marcação, antes sua principal qualidade.

Jogadores inconstantes = time inconstante
No meio campo, setor visto como o de “mais nomes” no elenco alvinegro, Elias não vem sendo Elias, e muitas vezes atua atrás de Ralf, um erro de Mano, ou falta de vigor físico de Elias. Enquanto isso, Petros que vinha sendo a revelação do time, fez algo inaceitável, e deve desfalcar o time por algum tempo, prejudicando ainda mais Mano. Jadson voltou a fase ruim de São Paulo, quando aparecia pouco, e parecia um espectador de dentro do gramado, com alguns lampejos, mas nada demais. Renato Augusto é uma incógnita desde que chegou, quando engrena, se machuca, quando entra no decorrer da partida, muda o jogo, mas se é titular, pouco faz. Lodeiro está jogando, mas parece não ter voltado da copa. E o ataque, é sem dúvidas o setor mais preocupante, já que Romarinho e Luciano não se firmam, e o paraguaio Romero, parece ter muito mais vontade do que futebol. Guerrero se salva, mas não consegue ser um goleador sozinho, ainda mais na ponta, como Mano insiste em escalá-lo.

Mano tem parcela de culpa, mas mesmo escalando o time que a torcida pede, a equipe não rende. A má fase corinthiana parece ser muito mais pelo mal momento dos jogadores do que por qualquer outra coisa, mas como estamos falando de futebol, as hashtags serão sempre pedindo a saída do treinador. 
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