Mais uma missão impossível para o Bournemouth?


Se a seis anos atrás o Bournemouth tentava escapar da falência e se manter na quarta divisão da Inglaterra (Confira nosso texto sobre isso), nessa semana o simpático clube inglês fara o primeiro jogo de sua história na elite inglesa.

Quando a equipe chegou na Championship, contratou alguns jovens e outros mais experientes, mas num geral, manteve a base que havia ido bem na terceira divisão. Tinha como expectativa permanecer na segunda divisão e conseguiu, fez uma grande campanha e ficou em décimo, algo grandioso naquela altura. Para temporada 2014-2015 então, vieram alguns reforços e a expectativa era de ficar novamente na parte intermediária da tabela, mas isso não aconteceu. Com rendimento acima de esperado de toda equipe, e principalmente de Matt Ritchie e Callum Wilson, os cherries não só conseguiram o acesso, como também o título, dramático da Championship.

O retrospecto de estreantes na competição não é bom, e não é para menos. Os times que permanecem na Premier League costumam gastar muito, e é cada vez mais difícil quem sobe, permanecer. Na história, 47% dos clubes que jogavam o campeonato pela primeira vez voltaram para a divisão inferior. Número que pode assustar, mas serve como desafio para Howe, treinador do Bournemouth.
O técnico diz ter passado horas estudando caso a caso os times que subiram e conseguiram se manter, e citou como maior “exemplo a se alcançar” o Swansea de Brendan Rodgers, que quando recém promovidos terminaram a temporada em 11. Posição essa que se igualada pelo Bournemouth, poderia o colocar como técnico da temporada, por que não.
A grande arma do Bournemouth é o excelente Eddie Howe

Para atingir tal nível, Howe foi ao mercado buscando peças pontuais, e nada de 10-15 jogadores, como o QPR insiste em fazer, por exemplo. Assim como fez quando chegou a Championship, buscou mesclar os reforços entre a experiência e os jovens talentos.

Desembolsou surpreendentes £8 no jovem lateral esquerdo Tyrone Mings do Ipswich Town, e para balancear a defesa, trouxe também o experiente Sylvain Distin, que estava sem clube após não ter contrato renovado com o Everton.

Para o setor ofensivo, Howe buscou outro “free agente” para reforçar a equipe. Trata-se de Joshua King, atacante revelado pelo Manchester United e que estava no Blackburn, onde jogou 74 partidas e marcou oito gols. O manager dos cherries afirmou que o atleta chega para agregar velocidade e técnica ao ataque da equipe.

Mas foi para o lado de campo que o Bournemouth trouxe o nome mais conhecido. O ganês Christian Atsu chegou por empréstimo do Chelsea após passar grande parte da temporada passada no banco do Arsenal. O jogador de 23 anos é rápido e habilidoso e costuma se destacar na sua seleção, talvez um time em que seja o destaque o ajude a se encontrar na terra da rainha.

De última hora ainda foram anunciados os bons Gradel e Tomlin. O primeiro, estava no Saint Ettiene e já teve passagem pelo clube. O ponta esquerda fez excelente temporada na França, e mesmo não sendo atacante, anotou surpreendentes 17 gols. Já Lee Tomlin chega do Middlesbrough por um bom preço. O atacante vem para reforçar o elenco, mas pode brigar por titularidade. Foram sete gols e dez assistências na última edição da Championship. Deve contribuir muito para que Eddie Howe tenha alternativas antes e durante as partidas.

A temporada não deve ser fácil para o Bournemouth. Muito vai depender do trabalho do treinador, da força que os 12 mil torcedores darão ao clube nas partidas em casa e do rendimento de jogadores que se destacaram na Championship e dos novos reforços. Assim como nos acessos, Howe terá de surpreender e tirar o máximo que puder da equipe.
Se os cherries permanecerem, com certeza veremos o Dean Court assim novamente


Dificuldades sempre existiram, mas o Bournemouth já deu provas de que pode superar qualquer coisa. Chegar na Premier League é difícil, mas se manter é mais complicado ainda, e nisso se baseia a missão de Eddie Howe. Na manutenção.
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