Semelhanças e contrastes, lado a lado


Era uma vez, dois excelentes times, com diversos ídolos e taças em sua historia. Ambos os times disputando praticamente os mesmos campeonatos e possuem uma única diferença: um está a mais de uma década sem ganhar títulos, outro vive a fase mais vitoriosa de sua historia, e esses times se enfrentaram essa semana. Já adivinhou? Se trata de nada mais, nada menos, que Corinthians e Grêmio.


Ambos viveram nessa temporada situações muito semelhantes, em momentos semelhantes, mas que resultaram num presente bem contrastante. Mas vamos iniciar no começo desse ano. Ambos começaram o ano em alta, com as bombásticas contratações de Barcos e Pato, e com bons reforços como Renato Augusto e Vargas, que vieram para reforçar os já excelentes elencos gaúcho e paulista, que na época contavam com nomes como Zé Roberto, Paulinho, Ralf, Fernando, Kleber, Guerrero etc. Com tantos nomes de peso, e com uma folha salarial tão 'gorda' quanto, era natural que os objetivos também fossem exigentes, em especial, um objetivo: a América. O Corinthians queria o bi, para contrariar de vez todos que um dia duvidaram que o time ganharia sua primeira Libertadores, e que ainda dizem que a próxima é só daqui 100 anos (e que virá em muito menos tempo). O tricolor gaúcho tinha o mesmo objetivo, mas por condições diferentes: anos sem título, e o primeiro ano do novo presidente Fabio Koff, que tem uma enorme "simpatia" com a Libertadores. Apesar de imprensa e a própria torcida esperarem belíssimas campanhas de ambos, os dois decepcionaram: Corinthians eliminado em casa, nas oitavas, para o Boca, do gênio Riquelme, e o apito do ladrão Amarilla, enquanto, na mesma fase, o Grêmio perde fora de casa para o inexpressivo e fraquíssimo, Santa Fé.
Seria o inicio de uma crise? Não, para ambos. As duas diretorias seguraram seus técnicos e mostraram confiança em seu elenco, mas ficou claro uma mudança, de objetivo: O Brasileirão era o alvo deles. Time para isso eles tinham, mas com o tempo muita coisa mudou. Luxa foi mal e caiu, Renato assumiu e deu jeito no time, enquanto o Corinthians se tornou tão irregular quanto uma montanha russa.
Aqui iniciamos a parte contrastante da nossa historia. O Grêmio cortou gastos, liberou jogadores caros,
Tite e a fiel vivem um caso de amor. Mas até quando?
comprou bons garotos do Juventude, e os mesclou com o que já tinha de melhor no time. Claro, apos a eliminação pro Santa Fé, o time levou um tempo para recuperar a confiança em si mesmo, que só voltou completamente com Renato e seu 3-5-2 "feio e retranqueiro" mas que fez gols, ganhou jogos, e colocou o tricolor do sul em 4º, atualmente. O Corinthians bancou seu elenco, perdeu o principal jogador, Paulinho, e tentou substituir com um sonolento Ibson, ou um aposentado Maldonado. Não deu certo. E para piorar, o atual time não rende, o ataque não faz gols, o meio não cria, e a defesa continua sendo o único ponto positivo de um time que aparenta estar sempre cansado e sem vontade de jogar, exceto Ralf, que é imparável em seus domínios. E, seguindo a "tradição" brasileira, Tite já começa a ser minado pela imprensa, historias sobre bastidores pipocam aos montes por ai, e, tudo isso aliado ao fim cada vez mais próximo de um ciclo vitorioso de jogadores parece destinar o milionário Corinthians apenas para a sul-americana.
Entretanto, o mundo da voltas e a bola gira. Apesar de viveram situações tão diferentes na tabela, os dois times voltam a ter semelhanças: a chance praticamente nula de ganhar o Brasileiro. Isso mudou novamente o objetivo dos clubes, porém por motivos diferente. Ambos querem a Copa do Brasil, mas o Corinthians quer para ir novamente à Libertadores, e não ver um caro e árduo trabalho ir pelo ralo, ou melhor, ir para a sul-americana 2014. O Grêmio necessita mais do que ninguém de títulos, e viu em seu bom time e sua natural "copeirisse" um bom caminho para vencer a competição nacional. Mas os deuses do futebol são cruéis, pois colocaram Grêmio e Corinthians no mesmo caminho, e apenas um seguirá adiante, com grandes chances de salvar todo um projeto. O confronto está aberto, afinal o 0 a 0 no Pacaembu não colocou ninguém a frente de ninguém para a volta no Rio Grande do Sul. Mas além de quem irá passar, uma outra questão vem a mente: o que acontecerá com quem ficar pelo caminho? Apenas o futuro nos tratá respostas concretas, mas especular é possível.
Seria a Arena a força que faltou ao Grêmio no jogo de ida?
Muito se fala que para 2014 as coisas mudem no Parque São Jorge. Desmanche do elenco, pacotes de contratações, nomes de peso, e até numa equivocada demissão de Tite. Independente do que aconteça e de quem fique, é preciso motivar, dar animo e mostrar para o grupo que sim, eles ainda tem bocas para calar. No Grêmio a situação é mais tranquila, mas não menos complicada. Além de tentar segurar os garotos como Ramiro, Alex Telles e Bressan, a diretoria provavelmente irá vender alguns jogadores para um possível enxugamento de salários. Elano não deve ficar, pois a cada jogo sua condição física parece piorar, Dida caminha à passos largos rumo a aposentadoria, e surgem rumores de uma extremamente improvável saída de Zé Roberto. Todos esses movimentos seriam para uma possível volta de R10 ao lar onde nasceu para o futebol, apesar de ser jurado de morte pela torcida e de não aparentar tanto amor assim pelo clube gaúcho.
O que acontecerá depende muito dos 90 minutos na noite do dia 23, mas que muita coisa irá mudar, não a duvidas. Entretanto, independente de quem continuar na disputa, muito tem que ser revisto e corrigido, afinal, pra quem queria conquistar a América, lutar por uma vaga na Libertadores é muito pouco.
Se as coisas vão bem, mérito da equipe.
 Se as coisas vão mal, demérito do técnico, injustamente. 
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