O maior e mais popular time da Colômbia, uma das maiores e mais vencedoras equipes de toda a América, um dos clubes mais clássicos da história reconhecido pela FIFA, com tantas lendas como a de Pablo Escobar e ídolos conhecidos por todo o mundo como o folclórico René Higuita. Esse é o Club Atlético Nacional de Medellin. Mas, apesar de toda a grandeza esportiva, mostrou-se nesse episódio ser enorme também fora das quatro linhas.
Atuais campeões da Copa Libertadores, os colombianos estavam a um passo de se tornarem novamente parte da história, onde conquistaram não só o maior torneio nacional como a Copa da Colômbia e são os favoritos para a conquista do Campeonato Colombiano. Também eram os favoritos a levar o título da Copa Sulamericana, onde disputariam com a Chapecoense até acontecer o que todos infelizmente sabemos. Mas com um gesto de solidariedade, o primeiro a ser tomado após o lamentável fato, o clube abdicou do título que seria inédito para declarar como legítimo campeão o time de Chapecó. Uma homenagem bastante simbólica e que demonstra uma enorme compaixão pelas vítimas, mas que não para por aí.
Aos cantos de “Que escutem em todo o continente, sempre recordaremos o campeão Chapecoense!”, a torcida verdolaga provou o seu tamanho desde a terça-feira, prestando homenagens às vítimas e ao clube catarinense. A diretoria do time formalizou o pedido de uso da camisa da Chapecoense para o clássico contra o Millonarios, pediu aos torcedores para que doassem sangue aos hospitais onde estão os sobreviventes e o próprio presidente foi auxiliar o resgate das vítimas. 52 mil torcedores vestidos de branco e segurando velas lotaram o Estádio Atanasio Girardot, onde prestaram o minuto de silêncio e cantaram músicas bradando a equipe de Santa Catarina. “Recordaremos ao Campeão”, “Vamos, Vamos Chape!”, “De nossa parte e pra sempre, Chapecoense campeão da Copa Sulamericana de 2016” e outros tributos foram gritados por vozes trêmulas em contraste com o choro da tristeza.
Sem bola ou jogadores: a maior partida do ano. |
O agradecimento massivo dos brasileiros, tanto pelas redes sociais como representadas pelo Ministro de Relações Exteriores José Serra foi o reflexo de tamanha dignidade prestada pelo clube e pela torcida, que mostrou ao mundo que o futebol não é apenas um esporte.
Gigante, Imenso, Grandioso, Extraordinário. Palavras que descrevem com perfeição o digníssimo clube colombiano. Os gestos de bondade vindos de Medellín provam à todos que no campeonato da Humanidade, o Atlético Nacional se sagrou campeão com folga.