Em que mundo paralelo vive a seleção canarinho?



Quando lhe disserem que alguém prefere um arroz, feijão e ovo ao invés de uma comida incrementada, acredite. A Seleção Brasileira valorizou uma competição que quase nenhuma seleção valoriza em detrimento de uma das melhores edições - além de histórica - de Copa América dos últimos tempos.

A decisão de Dunga em colocar os melhores atletas para jogar as Olimpíadas é, além de covarde, tola e infantil. O treinador espera ganhar um ouro olímpico, apenas pelo fato de que nosso país nunca conquistou um ouro nessa modalidade - e, convenhamos, nossa tradição em Jogos Olímpicos tem sido pior que países sem qualquer investimento desportivo -, tentando alcançar, assim, a maior vencedora da competição: a tradicionalíssima no futebol - abrindo a liberdade para ironias - Hungria.

Mas veja que conveniente, enquanto as seleções europeias ignoram as Olimpíadas, pois disputam uma competição continental na mesma data, os demais escretes sul americanos estão aproveitando a edição centenária de sua querida Copa América, mesmo que isso os impeçam de disputar os Jogos Olímpicos. Redimo-me: o Brasil não se inclui nesses selecionados.

Além de passar por uma série de críticas com a "seleção principal", que, após o fatídico 7 a 1, vem espalhando vexames, agora carregarão o fardo de dispensar o embate da competição continental de modo sério. Aliás, sejamos menos arrogantes. Não houve dispensa na disputa da Copa América, mas sim uma incompetência em vencê-la. Nesse momento, o  selecionado haitiano está abraçado ao nosso, pois, apesar de termos ensacolado sete tentos neles, saímos pela mesma porta, rumo ao fim.

Se ganharmos a medalha olímpica, veremos que se trata tão somente de vencer uma sina. Uma busca pelo falso diferente. Arroz, feijão e ovo.
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