Ascensão litorânea



“Eles estão fazendo a pré-temporada para o Campeonato Paulista”.

Desde a desclassificação contra o rival (Corinthians campeão) em 2012 pela Libertadores da América, o alvinegro da baixada vem sendo contestado por não conquistar um título de grande expressão nacional e internacional. A famosa frase “só ganha Paulistão” é um pesadelo para todos os santistas que anseiam por um elenco competitivo como o de 2010, 2011, os quais faturaram a Copa do Brasil e Libertadores, respectivamente.

Talvez a razão pela qual o clube paulista nos últimos anos não vem sendo o protagonista de campeonatos mais “disputados” seja a falta de reposição para o time titular. Após a era Neymar, o Santos não obteve sucesso com um patrocínio master até a metade do segundo turno do Campeonato Brasileiro de 2016, o que equivale a quase 4 anos. Se levarmos em consideração que a média de faturamento dos clubes da Série A com o patrocínio master é de 15 milhões ao ano, o clube da baixada deixou de receber aproximadamente R$ 60 milhões, os quais poderiam ser investidos em contratações pontuais de modo que deixasse o elenco mais encorpado e consequentemente, mais competitivo.

A “falta de interesse” da torcida do Peixe em ir ao estádio acompanhar o time também chama bastante a atenção. A média de público em 2016 foi de 10.469, o que rendeu aos cofres santistas a quantia de R$ 13.163.250, que se comparado a Palmeiras e Corinthians, o valor é 4 vezes menor. Renda que não diminui a grandeza do clube, mas o limita financeiramente.
A torcida precisa se fazer presente. Mais do que o apoio nos jogos, os cofres do clube também ganham.
Outra questão que é muito abordada nos corredores do clube e ainda causa revolta aos torcedores é a gestão do ex-presidente Odílio Rodrigues (2013-2014), processado no ano passado por ação temerária contra a instituição, o qual foi acusado de vender direitos econômicos de joias da base, como Gabriel, Geuvânio e Daniel Guedes ao fundo de investimentos Doyen Sports - os mesmos que emprestaram R$ 42 milhões para a contratação de Leandro Damião - para quitar dívidas da atual gestão antes que o mandato acabasse, tudo isto por baixo dos panos, o que somando gera um déficit de quase R$ 100 milhões ao cofre alvinegro.

Entretanto, muito se elogia a atual gestão do clube. Modesto Roma Júnior vem se mostrando um dos presidentes mais sérios e responsáveis da história do alvinegro praiano, desde a sua candidatura em 2015, Modesto mantém a filosofia de não gastar mais do que se arrecada, o que rendeu ao clube em 2016 a mesma base do time de 2015, conquista do Campeonato Paulista, disputa pelo título do Brasileirão até o fim, superávit de R$ 60 milhões, e o mais importante: uma vaga na Libertadores da América.

Para o ano de 2017, o clube manteve seus jogadores e se reforçou, até agora, com 5 novos nomes, são eles: Cléber, Vladimir Hernández, Matheus Ribeiro, Leandro Donizete e Kayke.
Cleber chega para ser o homem de confiança da defesa santista.
Há quem diga que depois de 5 anos como coadjuvante nacional, 2017 será um ano de protagonismo no litoral paulista. Só o tempo dirá.
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