A vingança de Morata


Era uma vez um jovem atacante, oriundo das áridas terras espanholas, chamado Álvaro Morata. Passou sua infância bebendo uma espécie de leite azulado, atirando em womp rats (um bichinho encontrado por aquelas terras) e fugindo do Povo da Areia. Ia para fora de casa durante o crepúsculo de modo a apreciar o duplo pôr-do-sol no horizonte. Como se uma orquestra londrina ecoasse por sua cabeça, ele imaginava como seria a vida fora das úmidas fazendas de sua terra. E sonhava. Sonhava como se fosse a única coisa possível no mundo.

Certo dia, um pequeno androide, RE2-AL2, se não me engano, o chamou para a aventura. Aliado a um antigo amigo, o experiente jedi Carlo Ancelotti, Morata saiu para entregar os planos de La Decima a um grupo de indivíduos capazes de torná-la realidade. Jogadores do Real Madrid, se eu não me engano. Viveu diversas aventuras, conseguiu alcançar o seu objetivo, derrotou o maligno vilão Darth Simeone, reanimou seu amigo C-3PModric e, por fim, trouxe estabilidade a toda a galáxia.


Mas não. Essa não é a história de Luke Skywalker. Estamos falando de Álvaro Morata. E tem mais coisas para serem faladas.

Eventualmente, um sábio lorde sith-retranqueiro o convidou para um jantar. O malígno Darth Perez gostaria de enviar Morata a um time de trabalhos forçados em Turim 4. O jovem atacante, então, foi jogar pela Juventus. Chegou com a missão de jogar ao lado de um antigo atacante do longínquo sistema Argentibah, o Mestre Tevez e levar a Juventus à glória. Jogando ao lado de um grupo de desajustados, como o maluco jedi Vi-Dal Arturo, o experiente androide de combate P1R-L0 e o piloto Poe Pogba, Morata encantava a Galáxia com seu futebol efetivo e pragmático.

Mas a Força, ah, a Força. A Força tem seus caprichos. Colocou lado-a-lado Juventus e Real Madrid, antiga equipe do jovem atacante. Sob os olhos malignos do terrível Lorde Perez, os merengues e os italianos lutaram tanto que até mesmo o último midichlorian não foi poupado (ainda bem). Por fim, quis a Força que Morata desse o golpe de misericórdia em sua antiga equipe. E aconteceu. Morata, portando uma chutaria-de-luz verde-clara, deu o chute que colocou a Juventus na final da Liga dos Campeões da Galáxia. Disse ele que seu antigo mestre, o poderoso Carlo Ancelotti, falava em sua mente para que usasse a Força para acertar o chute no mais ínfimo defeito de fabricação do Real Madrid. E deu certo.
Contra a ex-equipe, o golpe de misericórdia.

O fato da Juventus perder a final da Champions é mais um problema do próprio time italiano do que de Morata. É um defeito de fabricação deles. Não gostam muito de finais. Só o time do Ajax, do planeta de Coruslanda, para perder deles mesmo. É uma sina. Incurável, eu diria.

Com o mercado galáctico de jogadores morno, o sombrio Darth Perez se viu na obrigação de aceitar a derrota e contratar o jovem atacante de volta. Como a vingança não é uma atitude de um jedi, Morata chegou calmo, centrado e pronto para o desafio. E envergonhou o maligno Lorde Perez com seu futebol. São 9 gols em 21 jogos pelo Real Madrid.


Que Morata continue usando a Força a seu favor. Que Darth Perez sucumba diante de seu poder. Que o atacante traga tranquilidade e paz para a Galáxia.

Que a Força esteja com você, leitor. Até o episódio VIII.

Agradecimentos: João Paulo Travain.
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