Numa prática comum - e pouco efetiva - nos últimos anos, o Milan mudou novamente o comando técnico após o final de uma temporada. Com a saída do croata Sinisa Mihajlovic e agora com Vincenzo Montella, o elenco ainda não dá mostras de que passará por grandes evoluções. De denotado conformismo, a diretoria milanista pouco se movimentou na atual janela de transferências. O jovem croata Marko Pjaca foi mais uma disputa de um jogador a potencialmente elevar o nível da equipe perdida pelo clube italiano . Assim como houvera ocorrido em anos anteriores com jogadores como Javi Martínez, Tévez e Kondogbia, o garoto optou por não rumar ao clube, tão atrativo por anos.
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Mesmo com menor chance de titularidade, Pjaca preferiu ir para a Juventus, após quase fechar com o Milan |
A janela de transferências do clube até o momento é nada animadora. O clube teve as importantes saídas (ao menos para a folha salarial) de Abbiatti, Balotelli, Alex, Mexès e Boateng. A outrora grande promessa do clube Hachim Mastour, que teve passagem despercebida pelo Málaga, foi emprestado novamente, dessa vez ao Zwolle, da Holanda. Saídas válidas e pontuais, porém, a movimentação para reforçar o elenco é quase nula. Foram contratados apenas o lateral-esquerdo Vangioni (de boa qualidade ofensiva,mas com alguma deficiência defensiva e já com 29 anos) e o atacante Gianluca Lapadula (por 10 milhões de euros, custo razoavelmente alto para um jogador que, apesar da excelente temporada no Pescara, nunca jogou na Serie A italiana e já tem 26 anos). E Carlos Bacca, artilheiro da temporada passada com 18 gols no campeonato nacional (somando com as duas assistências, significa participação direta em 40,8% dos gols do Milan na Serie A), demonstra não querer permanecer em Milanello, tendo sido especulado em Arsenal, Napoli e Atletico de Madrid e, ao que tudo indica, prestes a ser anunciado pelo West Ham.
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| Carlos Bacca pode deixar o Milan em breve |
O elenco tido como limitado tem alguns pilares (Donnarumma, Romagnoli, Bonaventura e Bacca). Ao redor dessas quatro peças principais, o Milan conta com jovens promissores como Locatelli, Calabria, Mauri, Niang e Bertolacci. Porém, ainda é muito pouco para os
rossoneri, que até o momento tem sido pouco ativos no mercado. Além de Pjaca o clube especulou e até o momento não obteve êxito em contratar nomes como Musacchio, Zielinski, Cuadrado, Candreva, Borja Valero e Sosa. Se não trouxer um ou dois desses, a equipe tende a ficar num patamar ainda mais abaixo do que esteve na temporada passada, principalmente se concretizada a iminente saída do artilheiro colombiano. A esperança milanista é a possibilidade de concretizar esses reforços após a possível venda do clube para um consórcio chinês. Caso as negociações não avancem rapidamente e o Milan não se reforce, tende a ir para mais uma temporada com um time limitado e sem reforços para ao menos tentar elevar o nível do plantel.
Sem uma equipe forte, o clube se ausenta de competições europeias e perde financeiramente, tanto em premiações como em ações de marketing e patrocínio. O distanciamento da equipe da elite mundial (não disputa competições europeias desde a temporada 13-14) inibe o desejo de jogadores em vestir a camisa do clube, fazendo com que em casos como o de Pjaca, deem preferência a clubes que disputem a Champions (mesmo com a possibilidade de não ter a titularidade), ou que aqueles que se destacam no clube queiram sair, como foi no caso de Carlos Bacca. Olhando para a história, se encontram vários momentos difíceis onde o Milan foi capaz de se reerguer. Porém, para que isso ocorra, apenas uma mudança rápida e investimento efetivo na equipe podem tirar o clube italiano desse atual momento de inércia.