Cruyff nos EUA e na História


No segundo episódio de "Passagens Esquecidas", vamos homenagear um dos maiores futebolistas de todos os tempos, não só pela sua técnica como também pelo papel fundamental em 2 das grandes revoluções táticas da história do futebol: na Holanda de 74, como jogador, e anos depois no Barcelona, como treinador, onde implantou desde as categorias de base a filosofia de toque de bola que, nas mãos de Guardiola, viria a se tornar o tiki taka.

Hendrik Johannes Cruyff nasceu em Amsterdã em 1947. Entre os grandes esquadrões dos quais fez parte, destacam-se o Ajax de 64-73 e o Barcelona de 73-78, conquistando ao todo 8 Ligas Holandesas, 5 Copas da Holanda, 3 Ligas dos Campeões (todas pelo time holandês), 1 Liga Espanhola e 1 Copa do Rei, além de 3 Balon D'or, em 71, 73 e 74, e de ter sido o símbolo da fantástica Laranja Mecânica, vice-campeã mundial em 74.

Em 78, aos 31 anos, após a conquista da Copa do Rei pelo Barcelona, Cruyff decidiu se aposentar do futebol e ir morar numa fazenda, com a justificativa de que estava cansado da pancadaria do futebol espanhol, que lhe proporcionou uma séria lesão. O holandês não aguentou muito tempo longe dos gramados, e menos de 1 ano depois assinou com o Los Angeles Aztecs dos EUA.
Muitos não lembram da passagem do holandês nos EUA.

Johan foi treinado pelo lendário Rinus Michels no Ajax, no Barcelona e novamente no LA Aztecs. Sempre polêmico, certa vez, antes de uma partida, Cruyff apagou tudo que o treinador havia escrito e declarou: “É óbvio que vamos fazer tudo diferente disso!”. Os jogadores brincavam que a diretoria do clube deveria ter avisado de sua contratação, para que os atletas pudessem comprar algodões para pôr nos ouvidos, devido à falação incansável de Cruyff, tanto dentro quanto fora de campo. Ficou apenas uma temporada no clube e foi eleito o melhor jogador da liga norte-americana na temporada.

No ano seguinte se transferiu para o Washington Diplomats, também estadunidense, onde teve relativo sucesso. Ao todo, disputou 55 jogos nos EUA pelos 2 times, distribuindo 37 assistências e marcando 25 gols, além de dribles desconcertantes e jogadas geniais. Após sofrer uma lesão em 81, optou por deixar os EUA, principalmente devido à grande quantidade de gramados artificiais na NASL, os quais ele detestava.
O camisa 14 teve certo sucesso no Washigton Diplomats.

Em janeiro de 81, Jock Wallace, então treinador do Leicester City, tentou a contratação de Cruyff para o recém-promovido clube inglês, entretanto Johan preferiu ir jogar pelo Levante. Pelo clube de Valência, foram apenas 10 jogos e 2 gols. Lesões, brigas com a diretoria e a falha em subir para a primeira divisão marcaram sua passagem, levando o craque de volta ao seu Ajax.

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Mesmo com idade avançada, teve uma boa passagem, com 2 conquistas do campeonato holandês e o eterno gol de pênalti passando para o lado, recentemente reproduzido pelo Barcelona. No final da temporada 82-83, a diretoria não propôs uma boa renovação de contrato, e o irritado Johan assinou com o maior rival, o Feyenoord. Nessa temporada conquistou o Holandês e a Copa da Holanda, jogando todas as partidas da temporada, com exceção de uma, encerrando sua carreira jogando muito bem e sendo eleito pela quinta vez o melhor holandês em atividade.
Sua passagem pelo maior rival do Ajax foi boa.

Em dados oficiais, excluindo amistosos, foram 226 assistências na carreira: 70 no Ajax, 73 no Barcelona, 37 nos Estados Unidos, 20 no Feyenoord e 26 na Seleção.

Nada mais justo do que encerrar essa singela homenagem com um sincero agradecimento. Dank, Johan!´

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