O West Ham além de Payet


Por mais que um time tenha como destaque o coletivo, costuma existir aquele jogador que se sobressai dos demais pelas suas qualidades técnicas, seu poder de decisão, dentre outras características. No West Ham do treinador Slaven Bilic não é diferente. O jogador que mais chama a atenção dos Hammers nessa temporada é o francês Dimitri Payet, que foi contratado por 10,7 milhões de libras após se destacar pelo Olympique de Marseille. Mas se o time de Londres vem apresentando um grande futebol, sendo um dos candidatos a uma vaga na próxima Liga Europa e está nas quartas de final da FA Cup, isso não deve ser creditado apenas a Payet, os Hammers tem um time forte em todos os setores do campo, e é sobre isso que trata esse texto.

DEFESA
Como diz aquele ditado, “um bom time começa por um bom goleiro”, e o West Ham tem o seu: Adrián passa enorme segurança para a equipe, que sabe que pode contar com ele quando for exigido. O espanhol tem uma média de 3.2 defesas a cada 90 minutos e com ele os Hammers não sofreram gols em 8 partidas.


Na zaga o time conta com a segurança e a experiência de Reid, que demonstra ter qualidade tanto para desarmar (média de 2.2 por jogo) quanto para interceptar bolas (3 interceptações por jogo). Seus companheiros de zaga também mantêm o bom nível: Ogbonna, que tem uma média de 1.9 desarmes e 1.6 interceptações por jogo e Collins, que desarma 1.1 vezes por jogo e faz 1.1 interceptações; dando boas opções de zagueiro para Bilic.

Na lateral direita, Bilic conta com Carl Jenkinson e James Tomkins e os dois vem sendo muito utilizados nessa temporada, Jenkinson jogou 22 jogos, enquanto que Tomkins jogou 27. Porém, James é o que vem jogando com mais frequência, talvez até por defender com mais qualidade, já que ele é o terceiro jogador com mais desarmes da equipe (2.8) e o segundo que mais intercepta (2.4), tanto que o inglês já atuou como zagueiro em 9 oportunidades na Premier League. Além dos dois, Sam Byram chegou na última janela e vem buscando espaço, sendo inclusive titular na última partida, diante do Sunderlan. Enquanto na lateral direita há um certo revezamento, na lateral esquerda Cresswell reina soberano, sendo um dos jogadores que mais atuaram nessa temporada, com 30 jogos. O inglês se destaca pelo apoio que faz ao ataque, tendo marcado um gol e realizado três assistências (na Premier League é o segundo jogador com mais assistências ao lado de Noble) até o momento.
Cresswell é uma importante válvula de escape pela esquerda. 


VOLANTES QUE SABEM SAIR JOGANDO

Mesmo não jogando no característico 4-4-2 inglês com meias Box-to-box, os jogadores responsáveis por atuar pela meia cancha no time de Bilic exercem uma função semelhante, pois tem responsabilidades defensivas e ofensivas. E os jogadores encarregados de exercer essa função com qualidade são Mark Noble e Cheikhou Kouyaté. Noble que sabe sair jogando (acerta 86.4% dos passes por jogo) e chegar à área para concluir ou assistir seus companheiros (já tem nessa temporada 3 gols e 3 assistências) também é muito efetivo quando tem que exercer seu papel defensivo, tendo em média, por jogo, 2.6 desarmes e 2.1 interceptações. Outra característica do inglês é a sua qualidade nos lançamentos, o camisa 16 costuma realiza 4.4 lançamentos por jogo, que costumam ser certeiros pela sua qualidade e dos companheiros de ataque que são bons no jogo aéreo. 

Kouyaté também tem bons números tanto no setor defensivo quanto ofensivo. Ele é o segundo jogador com maior média de desarmes na equipe com três por jogo e ainda realiza 1.8 interceptações em média. E o senegalês ataca com tanta eficiência quanto defende, é o vice artilheiro da equipe no campeonato inglês (ao lado de Valencia, Lanzini e Antonio) com 4 gols e ainda tem uma assistência. O camisa 8 finaliza tantas vezes quanto jogadores de ataque como Carroll e Moses, realizando em média 1.5 chutes por jogo. Com essa dupla os Hammers tem segurança defensiva e apoio de qualidade no ataque.
Kouyaté e Noble dão ainda mais qualidade ao meio de campo dos Hammers.
PONTAS

O elenco de Bilic tem ainda os característicos pontas do futebol inglês. Jogadores que unem velocidade e força física. Os que merecem mais destaque são Victor Moses e Michael Antonio, principalmente, que veio do Nottingham Forest. Antonio é o típico ponta inglês, não tem muita precisão nos passes (acerta, em média, apenas 63.9% dos passes), mas tem muita velocidade e ainda é bom no jogo aéreo. Nessa temporada ele já marcou 8 gols e realizou três assistências.

A exceção

Fugindo do estilo dos outros jogadores de lado do campo do West Ham, Lanzini se destaca pela técnica. O argentino, que já teve passagem pelo Fluminense, é um bom driblador, ele executa 2.2 dribles em média por jogo, sendo o segundo melhor nesse quesito e já soma nessa temporada 5 gols e uma assistência. Além disso, ele tem muita qualidade para passar a bola, acertando 88.9% dos passes que tenta em média. Quando Payet não está em campo ele é o mais cotado para ficar responsável pela construção das jogadas. Além de toda colaboração ofensiva, cresceu muito defensivamente e constantemente aparece na cobertura de Cresswell.
O argentino não se firmou no Brasil, mas parece outro jogador nos Hammers. Evolução gigante.

CENTRO AVANTES

As principais opções para comandar o ataque dos Hammers são: Enner Valencia, Diafra Sakho, Andy Carroll e agora o recém chegado Emenike. Os dois primeiros têm mais mobilidade, a ponto de já terem atuado pelo lado do campo, até por isso costumam ser os mais utilizados e também por ajudarem mais defensivamente e terem melhor facilidade para driblar do que o inglês Carroll. Valencia é o que melhor executa o drible dos três, com média de 1.2 por jogo. Entretanto, mesmo sendo centro avantes mais móveis, Valencia e Sakho são tão bons no jogo aéreo quanto Carroll, já que eles vencem em média 1.4 e 3.2, disputas aéreas por jogo, respectivamente.

O nigeriano Emenike chegou a pouco tempo, mas aos poucos busca seu espaço e depois dos dois gols no jogo da Copa, já ganhou uma oportunidade no time titular nesse sábado, diante do Sunderland. O centro avante alia a enorme força física com a mobilidade e pode agregar demais ao jogo do time de Bilic.

Confira, com mais detalhes os números dos centro avantes dos Hammers:

Esse texto não foi para dizer que Payet não é importante para a equipe, muito pelo contrário, ele é peça fundamental do esquema de Slaven Bilic (a ponto do time vencer apenas uma partida na Premier League quando ele esteve fora por lesão), porém, foi para mostrar que o time tem boas peças em cada setor do campo, que merecem ser tão citadas quanto o francês, e se não fosse assim, talvez Payet não conseguisse ajudar tanto a equipe. O francês talvez seja a peça que faltava para fazer as demais peças da engrenagem do West Ham funcionar. Mérito também do treinador, que soube encaixar as peças, potencializar o coletivo e consequentemente, todas as individualidades.

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