MODÃO CAIPIRA #31 - O Tigre de Marília


Hoje o Modão abre espaço para um dos times mais tradicionais do interior paulista, o Marília Atlético Clube, também chamado de Tigre, ou até pelo acrônimo MAC. Contaremos um pouco da história do clube, passando por décadas passadas e até chegar a situação atual em que a agremiação se encontra.
A data de fundação é 12 de abril de 1942, portanto completará 74 anos de existência neste ano. Manda seus jogos no Bento de Abreu Sampaio Vidal, conhecido como Abreuzão. Com apenas um ano de vida, já foi campeão amador do interior. A profissionalização aconteceu em 1953, e o primeiro jogo da nova era foi uma vitória sobre o Rio Claro por 3x1.

Entre 1953 e 1969 o clube oscilou entre o amadorismo e o profissionalismo, e em 1969 se consolidou de vez como clube profissional. Dois anos depois, conquistou o acesso para a Primeira Divisão estadual. Em 1975 ganhou o “Paulistinha”, que era disputado entre clubes do interior e classificava alguns clubes para o Paulistão, que tinha os maiores clubes do estado.

Para completar a boa década de 70, no ano de 1979 o clube conquistou o título da Copa São Paulo de Futebol Júnior, quando venceu o Fluminense na final por 2x1. Daquele time saíram nomes como o goleiro Luiz Andrade e o meia Jorginho, que teve destaque no Palmeiras na década de 80.
Equipe do Marília numa partida do Paulistão de 1984


O clube conseguiu se manter na elite até 1985, quando acabou sendo rebaixado. Em 1990 retornou para o Grupo 2 da Primeira Divisão, uma espécie do Paulistinha dos anos 70. Em 1993 chegou a disputar o Grupo 1, juntamente com os principais clubes do estado, mas no mesmo ano acabou voltando para o Grupo 2. Com uma reestruturação da FPF, este Grupo 2 acabou se tornando a Série A2 do Paulista.

Depois disso, veio uma fase muito ruim para o Tigre, já que foi rebaixado para a Série A3 em 1994 e para a Série B (quarta divisão) em 1996. Em 1999 voltou para a Série A3, e em 2001 conseguiu voltar para a A2. No primeiro ano disputando o segundo nível estadual, conquistou o título e o acesso para a Série A1. Naquele ano, apenas o campeão tinha acesso garantido, e a final foi disputada contra a Francana. No primeiro jogo, derrota por 2x0 em Franca, e a situação se complicou. Mas no jogo da volta, no Bento de Abreu, uma grande vitória por 3x0, e a confirmação do acesso com o título. Naquele time estavam o lateral Rossato, o volante Perdigão e o meia Palhinha, jogadores de destaque nacional.
O ano de 2002 ainda traria mais alegria para os maqueanos. Com grande campanha na Série C do Brasileiro, conseguiu o vice-campeonato e o acesso para a Série B de 2003. Além de manter a base da Série A2, trouxe reforços como Romerito e Luizinho Vieira, e chegou a segunda colocação, ficando atrás apenas do grande time do Brasiliense, que foi vice-campeão da Copa do Brasil naquele ano.

Em 2003, campanha razoável na elite estadual, ficando em 11º entre 21 times participantes. Mas foi na Série B do Brasileiro que houve o destaque naquele ano. Na primeira fase, classificação em 6º lugar, entre os 24 times. Depois disso, foram formados dois grupos de 4 times, e o MAC conseguiu ser líder do seu grupo, a frente de Botafogo-RJ, Náutico e Remo. Então, foi formado o quadrangular final, em que apenas 2 clubes conseguiriam o acesso para a Série A do ano seguinte. Além de Marília e Botafogo, Palmeiras e Sport Recife fizeram parte do quadrangular. Com uma má campanha, o Tigre ficou em 4º lugar, enquanto Palmeiras e Botafogo subiram.

Em 2004, mais um ano razoável com o 10º lugar no Paulistão, e o 6º lugar na Série B. 2005 novamente foi um ano mediano para o MAC. 12º no estadual e novamente fez uma boa campanha na fase inicial da Série B, com o 2º lugar geral, mas o acesso novamente não veio.

Em 2006 o time quase foi rebaixado no Paulistão, conseguindo se salvar na última rodada, com uma combinação incrível de resultados. Na Série B ficou em 9º lugar, tendo como destaques os conhecidos Wellington Amorim, Fabiano Gadelha e Gum, que veio da base do time azul e branco.
O ano seguinte começou morno em Marília, com a 14ª posição no estadual, e na Série B o acesso ficou muito próximo novamente. Com o técnico Paulo Comelli, terminou o campeonato a apenas 6 pontos do 4º colocado, e o sonho de disputar a elite nacional não foi concretizado.
Grande time de 2007 do MAC. Os destaques eram Gadelha, W. Amorim, Vicente, Leandro Camilo e Fábio Recife

Depois disso, o Marília começou uma série de rebaixamentos, sendo o primeiro deles na Série B de 2008. Em 2009, caiu no Paulistão. Em 2010 se manteve na A2 estadual e na Série C nacional. Mas em 2011, voltou a ser rebaixado, e desta vez nas duas competições que disputou. Portanto, em 2012 disputou o terceiro nível estadual e o quarto nível nacional.

Em 2013, conseguiu retomar o caminho do bom futebol, conquistando o acesso para a Série A2 do estadual. Logo no ano seguinte, conseguiu novo acesso e voltou para a elite do Campeonato Paulista. 
Porém, em 2015 o clube fez uma campanha pífia, uma das piores da história do Paulistão, e foi rebaixada com apenas 2 pontos em 15 jogos. O elenco formado por Luís Dos Reis não rendeu o esperado, e o técnico foi demitido logo após a terceira rodada, tendo como sucessor o jovem Bruno Quadros. Não podendo fazer mudanças no elenco, já que a FPF permite apenas 28 jogadores por equipe na competição, o novo treinador não conseguiu colocar o time nos eixos e infelizmente o clube foi rebaixado para a Série A2 2016.
Bruno Quadros não conseguiu evitar o rebaixamento do Tigre em 2015


Para esse ano, a expectativa é conseguir retornar à elite, apesar de ser um campeonato muito difícil na A2, com muitos times tradicionais e apenas 2 conseguirão o acesso. Ficaremos na torcida para que o MAC faça uma boa campanha e dê alegrias aos seus torcedores no Bento de Abreu!

Compartilhar: Plus