O Leicester subiu à Premier League em 13/14 com uma campanha de
grande qualidade na segunda divisão, e dos três times que haviam conquistado o
acesso, era o que aparentava estar mais pronto para disputar e sobreviver na
elite. Mas não foi tão fácil assim. Tudo girou em torno de seu polêmico
treinador na época, Nigel Pearson.
Pearson, arisco e pouco educado, tomou para si uma reputação de
‘bad boy’ na imprensa inglesa por sua agressividade com jornalistas em
perguntas mais polêmicas. E por toda a temporada, essas perguntas tiveram algum
fundamento. Um time que começou impressionando, com destaque para uma exibição
tremenda contra o Manchester United, acabou afundando na tabela e por um bom
tempo amargurava a lanterna. A queda parecia iminente.
A mudança de formação de seu treinador ao longo da temporada
acabou sendo sentida, a equipe não era mais a mesma. Ulloa não fazia mais gols,
Vardy não era tão participativo como antes, e o experiente Esteban Cambiasso
por mais que tentasse não conseguia extrair o máximo de seus companheiros. Com
a retomada do 4-3-3 que viu a equipe iniciar o campeonato, os resultados e as
performances também vieram. O treinador também teve seu mérito por unir o grupo
no momento em que mais importava.
Nesta última pré-temporada, a equipe teve que lidar com a grande
polêmica que residia no fato de um grupo de jogadores ter feito um vídeo de
teor racista enquanto a equipe fazia sua turnê na Tailândia. Entre eles estava
o filho de Nigel Pearson. E isso culminou tanto na sua demissão como no
desligamento de seu filho com o clube. A busca por um novo técnico se iniciou,
e a diretoria apontou o retorno de um dos treinadores mais carismáticos da
Premier League, o italiano Claudio Ranieri. Um oposto diametral do manager
anterior.
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O bom lateral Fuchs foi um dos principais nomes contratados pelo Lester |
Com um ambiente menos pilhado e mais relaxado, o Leicester
terminou sua pré-temporada com calma e com grandes contratações. O dono da
melhor média de desarmes, N’Golo Kanté, assinou com a equipe. Antes dele,
haviam chegado o lateral Christian Fuchs e o experiente zagueiro Robert Huth. Como
mais uma opção de ataque, a equipe optou pelo esguio japonês Shinji Okazaki que
estava no Mainz.
O Leicester está no terceiro bloco de qualidade na Premier League,
ainda. Mas sua temporada parece que vai ser muito menos emocionante e mais
tranqüila dentro da elite. Avançando um passo de cada vez, só que agora com
simpatia.